quinta-feira, 21 de abril de 2011

GERALDO CARVALHO

Em 1996, gravou seu primeiro disco, o CD "Estação do sonho" no qual interpretou obras de sua autoria como "Avesso"; "Barreta", com Nêgo Testa; "Caçador de canções etéreas"; "Elegia agrária"; "Galope da sabedoria"; "O velho Chico"; "O preço de um homem" e "Saudade".

Em 1998, fez o show de abertura para Chico César que se apresentou no ginásio Machadinho na cidade de Natal, RN. Apresentou-se, no mesmo ano, em show de Geraldo Azevedo, na cidade potiguar de Parnamirim. Ainda nesse ano, apresentou-se no Memorial da América Latina em São Paulo e teve a música "Lua do céu-sertão", parceria com Chico Morais classificada em Festival de Música do Sesi. Essa música foi gravada em seguida pelo Quarteto Shekynah.

Em 1999, lançou o CD "Terra de engenho", seu segundo disco, no qual interpretou músicas de sua autoria como "Os Zés"; "O vate"; "Meu medo"; "O preço de um homem" e "Lua de céu-sertão".

Em 2004, apresentou show com sua banda em comemoração "a criação da reserva sustentável da Ponta do Tubarão dos pescadores do Rio Grande do Norte. Nesse ano, sua música "Terra de engenho" foi tema de documentário de mesmo nome, com direção de José Maria Gonçalves, que aborda aspectos históricos, culturais, religiosos e sociais da cidade de São José do Mipibú, RN, apresentado no 1º Festival de Vídeo Potiguar de Mossoró.

Na contemporânea selva de símbolos em que nos inserimos, à guisa de contemplar, quiçá intervir na trama holística da existência – lo(u)cal e universalmente – nos deparamos com ícones dos mais lúdicos aos mais bizarros. Como alvissareiro antídoto para qualquer desespero ante o circo de horrores que se armou em torno da MPB atualmente disponibilizada, via grande mídia, surge a figura cândida e abrasiva do cantor e compositor potiguar GERALDO CARVALHO.

É a semente bem cultivada que triunfa, do fértil solo angicano, direto para os ouvidos do mundo. A imagem de quem conduz nas mãos a chave do equilíbrio tipo lua e sol. A "suavidade voco-gestual" que tão bem impressionou Jomard Muniz de Brito. Tudo começou lá pelo início do anos setenta, quando, ainda com três ou quatro anos de idade, Geraldinho saiu de Angicos e foi morar em Campina Grande, tendo lá iniciado a sua trajetória de músico, em circos do interior e em programas de TV. Já em Natal, nos anos oitenta, passou a ocupar-se das atividades próprias de todo artista com esse perfil: apresentações em bares, eventos culturais, shows e festivais. Da triste partida ao alegre regresso, uma experiência vasta e rica que lhe rendeu a marca do ecletismo, por suas pulsações rítmicas tão contundentes, em perfeita harmonia com o trato da bossa. O trabalho sereno e perseverante desse "caminhante independente" permitiu ainda uma interface poesia-música, coroada por parcerias superfelizes, magistralmente registradas no seu CD de estréia, de nome MANHECENÇA. Versos de Ferreira Itajubá, Jarbas Martins, Jorge Fernandes e Jota Medeiros ganham roupagem (leitura) musical perfeita, como se já estivessem destinados na origem para aquele formato, com direito ainda a um Haroldo de Campos supimpa, em maravilhoso dueto com Cida Lobo, a ser conferido na faixa Ma Non Dove. Indispensável citar ainda sua parceria com o saudoso Chico Miséria, na exuberante Novo Craque. Além disso, sendo o compositor criativo e charmoso que é, concede generosamente a vênia a outro criador, no caso, eu mesmo, interpretando soberbamente a canção Lugarejos. Contempla tanto a metrópole quanto a província.

A presença de Geraldinho Carvalho na cena musical, não somente deste Estado, mas do próprio país e, quem sabe, do mundo, toma-se irrevogável e irretratável. E como tem que ser e digo mais: e irretocável. E tem que tocar sempre.

Antônio Ronaldo

FONTE: http://profbira.vilabol.uol.com.br/geraldo_carvalho.htm

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