FUSÃO, TRADIÇÃO E MODERNIDADE. Arleno Farias é um digno seguidor da linha evolutiva da música popular brasileira. Nascido no Rio Grande do Norte, passou por vários estágios, em uma fértil trajetória musical. Sua idéia foi registrar todos esses rumos, todas essas fusões, todas essas vertentes, na gravação ao vivo de seu primeiro DVD, que ocorreu no dia 19 de setembro de 2007, no palco do Sesc Pompéia, São Paulo – SP, por sinal, espaço sempre aberto à inovação e aos artistas mais criativos. No show, o cantor, compositor e músico potiguar deu uma geral no repertório de seus quatro CDs, incluiu canções novas e também recebeu convidados marcantes. Chico César, em “Sanfoninha”, Tato, do grupo Falamansa, em “Homem de Aço”, e Roberto Pinheiro, integrante do Trio Virgulino, em “Relaxa”. Também entrou na escalação Chico Ceará e alguém muito especial, ninguém menos do que seu pai, o repentista e forrozeiro Arnaldo Farias. “Procuro fazer uma mistura das coisas de que gosto, trazer para o universo da música nordestina, que é a base do que faço, ritmos com rap, trance, reggae, rock, nada em estado puro, sempre na base da mistura”, define. No início do show, mostrou sua técnica própria de tocar violão, que denominou “violão percussivo”, na qual se vale até de caneta para tirar sons diferenciados do instrumento. Depois, veio a banda, DJ, convidados.....Um lindo show, e o DVD, que também trará making of e outras atrações, está previsto para sair ainda este ano. Arleno Farias não nega as raízes, pois é filho de um repentista e forrozeiro do primeiro time, Arnaldo Farias. No início, o jovem só ouvia o rock de Titãs, Legião Urbana e Guns “N” Roses. Ao viajar em companhia do pai, passou a prestar atenção em forró, coco, baião e outros ritmos nordestinos, além de virar fã de artistas como Alceu Valença e Geraldo Azevedo, entre outros. Em 1992, mudou-se para Natal, onde sua carreira musical passou a ganhar força. Com o primeiro disco, Atlântida do Sertão (1998), lançado pela via independente, ganhou popularidade na terra natal, e recebeu incentivos para se mudar para São Paulo, o que se concretizou em 2000. O grande público tomou conhecimento de seu trabalho em 2002, quando a música “Bicho do Mato” entrou na trilha sonora da novela global Esperança, de Benedito Ruy Barbosa. Em 2006, repetiu a dose, desta vez com a música “Mistérios da Vida”, na trilha de Sinhá Moça. Arleno conquistou muitos fãs no meio do forró universitário, e também entre os fãs de MPB, graças a discos como Receita de Poesia (pela Indie Records) e Forró MPB (no qual misturava forró universitário e MPB). Em Estúdio Ao Vivo, seu quarto disco, mostrou no formato violão e voz sua habilidade e originalidade com o instrumento. O DVD ao vivo (Seu trabalho mais amplo em se tratando de estilo musical), que também será lançado no formato CD, surge como a possibilidade de consolidar sua carreira em grande estilo. “Busco a respeitabilidade, poder representar a evolução natural da música nordestina, estou me preparando, aos 30 anos, para levar adiante essa linha de Alceu Valença, Lenine, desses artistas, estar à altura deles”. Afirma.
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